24 de agosto de 2010

Decálogo da serenidade

Sempre fico melancólica às vésperas dos meus aniversários. É o meu momento de reflexão pessoal, meu recomeço particular e é quando (re)penso minha vida, meus hábitos, meu passado, meu presente e meu futuro.
Sou muito privilegiada pelos motivos mais diversos, mas parece que em dias como esses, de reflexão e melancolia, me sinto pequena e frágil...um sentimento quase egoísta como se o mundo tivesse obrigação de olhar pra mim para que eu me sentisse menos impotente.
E, como tudo na vida (pelo menos na minha) tem uma trilha sonora, tem uma música que traduz esse sentimento - Roda Viva, do Chico Buarque! (Tem dias que a gente se sente/ Como quem partiu ou morreu/A gente estancou de repente/Ou foi o mundo então que cresceu...)

Mas amanha vou acordar com outra energia porque sou rodeada de pessoas queridas e elas sempre me ajudam a entender o real motivo dessa roda viva...

O texto abaixo foi um presente no dia de hoje... um norte para esse recomeço.
Recebi do  Hygor, um amigo querido que sempre tem a palavra certa no momento certo.
A partir daqui, sigo em busca da serinidade para que eu possa ser uma pessoa melhor!



Recordamos que em 1958, o Mundo assistiu à posse de mais um Papa. Os cardeais, em Roma, encontraram um sucessor para Pio XII, que morrera após dirigir os destinos da Igreja Católica por 19 anos.

Aos 77 anos, Ângelo Giuseppe Roncalli assumiu o papado com o nome de João XXIII. Ângelo Roncalli era um homem que causava um impacto sempre favorável nas pessoas.
Reconhecia claramente suas limitações e era dotado de um vivo senso de humor.
Surpreendeu pela coragem de inaugurar debates sobre temas intocáveis até então.
Em um documento asseverou que todos os homens têm direito de escolher a sua religião.
Em 1960, num dos seus escritos, ele registrou uma página com notável sentimento de religiosidade universal.

Chama-se O Decálogo da Serenidade e contém dez sugestões de conduta para o homem que deseja a paz.


1ª Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez.


2ª Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência; cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.


3ª Hoje, apenas hoje, serei feliz, na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro Mundo, mas também já neste.


4ª Hoje, apenas hoje, adaptar -me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos.


5ª Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que, assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, assim a boa leitura é necessária para a vida da alma.


6ª Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação e não direi a ninguém.

7ª Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.


8ª Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado. Talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei. E fugirei de dois males: a pressa e a indecisão.


9ª Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim como se não existisse mais ninguém no Mundo.

10ª Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor. De modo especial não terei medo de gozar o que é belo e de crer na bondade.


* * *


Pense nisso!

O homem do futuro, que define as conquistas das virtudes nos esforços do presente, descobre o imenso prazer de ser bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.




Pense nisso! Mas, pense agora.