29 de setembro de 2007

Depoimento


Dia 30 de Setembro se comemora o Dia da Secretária. Na Tecumseh fizeram uma exposição com nossas fotos e depoimentos. Resolvi publicar o meu aqui também! Ei-lo:


"Desde muito cedo eu me imaginava como secretária. Quando criança, além de brincar de casinha, eu brincava de “escritório”. No entanto eu não parti em busca desta profissão, foi ela que acabou cruzando o meu caminho.
Cursei Letras na Unesp em Araraquara e logo na primeira semana eu ouvi a seguinte frase de uma das professoras: “nós estamos aqui para formar professores, se a sua intenção não é lecionar, pode trancar matrícula agora mesmo”. Confesso que esta frase me assustou um pouco. Eu ainda não havia decidido o que faria, mas também não me imaginava em uma sala de aula com quarenta alunos. Três anos mais tarde lá estava eu encarando a sala de aula, mas foi em uma escola de idiomas, lecionando inglês, com bem menos do que quarenta alunos.
Foram as aulas de inglês que me trouxeram à Tecumseh do Brasil em 2003. Comecei a dar aula para um grupo durante o horário de almoço e alguns meses depois soube de uma vaga para secretária na MBU IV. Embora nunca tivesse trabalhado como secretária, incentivada por alguns dos meus alunos a tentar, resolvi mandar meu currículo. Deu certo, fui a escolhida. Acho que não poderia ter existido lugar mais perfeito para começar, fui muito bem acolhida por todos da Estamparia e aprendi muito com o Jonas Lopes, gerente desta MBU.
Depois de um ano e meio fui convidada a secretariar o Sr. Fernando Ribeiro, diretor financeiro da empresa. Era um grande desafio e foi fascinante enfrentá-lo. Aprendi muito também.
Ano passado, devido a um job rotation, vim para a área Comercial (Vendas Europa), trabalhar com um outro diretor, Michel Geraissate e gosto muito de estar onde estou hoje. Porque agora, além de poder aplicar todo o conhecimento que adquiri até aqui, posso usar o meu inglês diariamente.
Apesar da propaganda negativa veiculada pelas novelas, a profissão de secretária é muito mais nobre e necessária do que se imagina. Acredito que todas devemos lutar diariamente para divulgar a nossa verdadeira importância e real colaboração para o bom andamento de um departamento e, consequentemente, da empresa que trabalhamos."

17 de setembro de 2007

"O essencial é invisível aos olhos"


O Pequeno Príncipe é um livro muito importante para mim. Fez parte de uma época mágica da minha vida. Um dia eu simplesmente sonhei com o livro, quando há muito tempo eu nem ouvia falar dele. Então fui relê-lo depois de adulta e descobri coisas incríveis.

Segue trecho do livro:


“(...) E foi então que apareceu a raposa:
-Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
-Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
-Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
-Sou um raposa, disse a raposa.
-Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
-Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
-Que quer dizer “cativar”?
-Tu não és daqui, disse raposa, que procuras?
-Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
-Os homens, disse a raposa têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procura galinhas?
-Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
-É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
-Criar laços?
-Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
-Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
(...)
-A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
-Que és preciso fazer? Perguntou o principezinho.
-É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
(...) -Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
-O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
-Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
-Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
( trecho d’ O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry)

15 de setembro de 2007

"...mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?"


As músicas do Legião Urbana foram a trilha sonora de grande parte da minha adolescência.

Hoje quando ouço, lembro de lugares, de acontecimentos, de pessoas.

É bom lembrar!

Tem várias músicas que me fazem sentir uma saudade gostosa, mas escolhi "Eu era um lobisomem juvenil" justamente por se tratar de uma letra menos conhecida, porém cheia de riqueza de sentido.



Luz e sentido e palavra

Palavra é que o coração não pensa

Ontem faltou água

Anteontem faltou luz

Teve torcida gritando quando a luz voltou

Não falo como você fala

Mas vejo bem o que você me diz

Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo

Prefiro acreditar no mundo do meu jeito

E você estava esperando voar

Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?

O que sinto muitas vezes faz sentido

E outras vezes não descubro o motivo

Que me explica porque é que não consigo

Ver sentido no que sinto, o que procuro

O que desejo e o que faz parte do meu mundo

O arco-íris tem sete cores

E fui juiz supremo

Vai, vem embora.

Volta

Todos tem, todos tem suas próprias razões

Qual foi a semente que você plantou?

Tudo acontece ao mesmo tempo

Nem eu mesmo sei direito o que está acontecendo

E daí, de hoje em diante

Todo dia vai ser o dia mais importante

Se você quiser, alguém pra ser só seu

É só não se esquecer: estarei aqui

Não digo nada, espero o vendaval passar

Por enquanto eu não sei

O que você me falou me fez rir e pensar

Porque estou tão preocupado por estar tão preocupado assim?

Mesmo se eu cantasse todas as canções

Todas as canções, todas as canções

Todas as canções do mundo

Sou bicho do mato mas...

Se você quiser alguém pra ser só seu

É só não se esquecer: estarei aqui

Ou então não terá jamais a chave do meu coração.

13 de setembro de 2007

"E é tão bom não ser divina..."




Desde o primeiro dia que ouvi esta música fiquei fascinada.
Hoje, uma amiga tão recente quanto querida, me fez lembrar dela.
Déa, e como esta música parece com você!!! I am impressed .

E sabe o que eu descobri? Que foi o Paulinho Moska que escreveu (lógico! ninguém seria tão perfeito).


Obrigada pela amizade e pela dica!


Bju,


Lu

A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu
E eu gosto
De estar na terra
Cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano
Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso
(Carne e Osso - Moska e Zélia Duncan )

Ao amigo André


Oi amigo,

Resolvi escrever uma carta em forma de post para você, afinal estamos no século XXI e precisamos fazer a nossa parte para preservar a natureza. Deixemos as árvores em paz e nos rendamos ao mundo virtual.
O post personalizado não é só uma tentativa de me redimir depois de todo o drama feito por você porque não o convidei para comemorar meu aniversário comigo, mas também uma maneira de matar saudades. Saudades de quando trocávamos cartas de amigo, esperando que um dia pudéssemos ser famosos escritores e ter nossos escritos publicados como uma dessas raridades que se encontram perdidas em meio a um amontoado de papéis que tem a cor e o cheiro do passado.
Com o passar do tempo, veio a necessidade de nos tornarmos adulto, quando achamos que ser adulto era abrir mão, por exemplo, de passar a tarde com nossos amigos, de escrever cartas. Não porque isso não nos desse mais prazer, mas porque não tínhamos mais tempo (a velha e boa desculpa do não ter tempo). Mas a verdade é que nos perdemos com tanta ânsia de ganhar dinheiro, de comprar nossos sonhos materiais... acho que isso aconteceu comigo e aconteceu com você.
Eu não vim aqui para prometer que voltarei a ser quem eu era, escrever cartas e posts com a freqüência que hoje meu saudosismo quer. A cada minuto que passa, nós nos transformamos. Mas vim para dizer, e para lembrar o quanto tudo isso me fazia bem. E quer saber? A sensação de agora é a mesma. É ótimo escrever para amigos, expressar sentimentos, dividir sensações...
Embora eu saiba que você vá ficar muito metido ao ler o que vou escrever agora, eu quero que você saiba que você sempre foi um amigo muito querido e, embora eu nunca vá te perdoar por ter recusado meu convite para ser nosso padrinho de casamento, sempre o considerarei como meu amigo-irmão.
Espero que, ainda que o tempo não nos mantenha tão próximos fisicamente, ele não apague esta amizade de tantos anos e que possamos dividir muitos acontecimentos juntos...quero um dia, mostrar meu blog aos meus filhos e aos seus e ensiná-los que amigos são nossos bens mais preciosos.

Com carinho,
Leine

'tô sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar

pra amores secretos, revistas semanais e deputados federais

às vezes nunca sei se "AS VEZES" leva crase

às vezes nunca sei em que ponto acaba a frase (.,;?!...)

você sempre soube (eu não sabia)

toda frase acaba num riso de auto-ironia

você sempre soube (eu não sabia)

toda tarde acaba com melancolia

e, se eu escrevesse "SEM" com "S",

ou escrevesse "CEM" com "C"??

por acaso faria alguma diferença??

que diferença faria??

o que você faria no meu lugar......

se tivesse pr'aonde ir e não tivesse que esperar??

o que você faria se estivesse no meu lugar......

se tivesse que fugir e não pudesse escapar?

você sempre soube que eu não conseguiria

quando a frase acaba tarde, tudo fica pr'outro dia

você sempre soube, eu não sabia

toda tarde acaba em melancolia

às vezes não entendo minha própria letra

minha própria caneta me trai

às vezes não entendo o que você quer dizer quando fica calada

você sempre soube (eu não sabia)

quando a frase acaba o mundo silencia

às vezes não entendo onde você quer chegar quando fica parada

é como ficar esperando cartas que nunca vão chegar

não vão chegar com "X" nem vão chegar com "CH"

é como ficar esperando horas que custam a passar

enquanto ficamos parados, andando pra lá e pra cá

é como ficar desesperado de tanto esperar

olhando pela janela até onde a vista alcançar

é como ficar esperando cartas que nunca vão chegar

é como ficar relendo velhas cartas até a vista cansar

você sempre soube - eu não sabia

você sempre soube - eu não sabia
(AS VEZES NUNCA - Humberto Gessinger)

“Parece que foi ontem, parece que chovia...”



E eis que os dias vão passando por nós, nos trazendo acontecimentos que sabíamos que aconteceriam, mas mesmo assim, não estávamos preparados.
Parece que foi ontem mesmo que a Cri fugia do parquinho porque não gostava de ir à escola. Ainda me lembro bem (e olha que a minha memória nem é das melhores) da agonia pré-vestibular. Ainda me dói pensar o tanto que ela sofreu com a minha ausência quando eu casei e a ‘deixei para trás’, era como se eu tivesse cometido a maior das traições. Mas o tempo a fez entender que a vida tem seu ciclo e agora chegou sua vez . Viu só Cri, como dói exatamente igual tanto para quem parte quanto para quem fica?
Enfim... este post é para escrever sobre a minha ‘Cri’-atura favorita! Dizer o quanto tenho orgulho dela. Ontem, uma menina insegura e carente. Carente de atenção, carente de perspectivas... Hoje, uma mulher casada, professora da pós-graduação. Como a vida é fantástica. Como o mundo é justo...
Cri, estou muito feliz por você, compartilhando da sua realização com a mesma alegria que você deve estar sentindo, afinal somos “uma em duas”, certo?
Seja feliz em seu novo caminho e saiba que sempre estarei por perto...

“Seguir viagem, tirar os pés do chão
viver à margem, correr na contramão
a tua imagem e perfeição
segue comigo e me dá a direção
Se dizem que é impossível, eu digo: é necessário
Se dizem que eu estou louco,
(fazendo tudo ao contrário)
Eu digo que é preciso... eu preciso... é necessário
Seguir viagem
tirar os pés da terra firme
E seguir... viagem
Seguir viagem, tirar os pés do chão
Outros are... sete mares... voar... mergulhar
O que nos dá coragem, não é o mar nem o abismo
É a margem, o limite e sua negação
Se dizem: é impossível, eu digo:
é necessário!
Se dizem que é loucura
(eu provo o contrário)
E digo que é preciso... eu preciso... é necessário
Seguir viagem, tirar os pés da terra firme
E seguir... viagem”
( Humberto Gessinger- Seguir Viagem)