17 de setembro de 2007

"O essencial é invisível aos olhos"


O Pequeno Príncipe é um livro muito importante para mim. Fez parte de uma época mágica da minha vida. Um dia eu simplesmente sonhei com o livro, quando há muito tempo eu nem ouvia falar dele. Então fui relê-lo depois de adulta e descobri coisas incríveis.

Segue trecho do livro:


“(...) E foi então que apareceu a raposa:
-Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
-Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
-Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
-Sou um raposa, disse a raposa.
-Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
-Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
-Que quer dizer “cativar”?
-Tu não és daqui, disse raposa, que procuras?
-Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
-Os homens, disse a raposa têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procura galinhas?
-Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
-É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
-Criar laços?
-Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
-Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
(...)
-A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
-Que és preciso fazer? Perguntou o principezinho.
-É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
(...) -Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
-O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
-Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
-Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
( trecho d’ O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry)

Um comentário:

renata_bia disse...

Fazia tempo que eu não passeava por aqui. Você está de parabéns, seu blog tá lindinho!
Amei suas postagens. Você deveria escrever mais. Fiquei emocionada com o post que você fez para o André. Disse muito também a respeito do que eu sinto sobre as verdadeiras amizades.
Beijos!